quinta-feira, 17 de julho de 2008

Ser jovem no início do milênio é...

Aos meus 19 anos, sempre tive um pensamento que creio eu que várias outras pessoas da mesma idade no ano de 2008 (sempre este ano maldito!) têm. Queria ter sido jovem em outra década. Pelo meu gosto pessoal, principalmente o que se refere à música, eu poderia viver nos anos 60, 70 ou 80. Tanto faz qual década dessas, eu seria feliz de qualquer jeito. Ligar as rádios badaladas da época e escutar somente ‘coisa boa’, nada dessas drogas que empesteiam cada vez mais o meu carro e que meu irmãozinho insiste em escutar quando anda comigo. Conheceria mais pessoas da minha idade que gostariam do mesmo que eu, não seria vista por muitos como uma alienígena por não conhecer o Hit da semana.
Só que chegou uma hora que percebi o quão idiota é a minha idéia, minha vontade absurda de querer voltar ao passado e viver minha juventude lá. Primeiramente, a não ser que eu morasse em Liverpool, eu nunca veria o show dos caras, porque raramente eles viriam para o Brasil e eu mataria a minha ânsia de ouvir as canções dos meus ídolos ao vivo (exceção nos casos dos ótimos músicos brasileiros; se fosse para voltar ao passado e ver a minha amada Elis, não pensaria nem duas vezes). Depois, para eu ter a quantidade de material áudio e vídeo que tenho hoje em dia de todas as coisas que eu gosto, eu teria que gastar uma PUTA de uma grana, que, aliás, eu não tenho. A tecnologia supre a minha nostalgia de uma época que não vivi, de shows que não fui, de artistas que morreram antes mesmo de eu pensar em nascer. Vejo entrevistas pelo Youtube, baixo discografias inteiras de um dia para outro. E antes que venham me dizer que isto é errado, eu não acho. Conhecimento e arte não podem ser propriedade privada, devem ser universalizados e acessíveis a todos. Não falo de ganhar dinheiro com o trabalho dos outros, isto é uma sacanagem mesmo. Mas a partir do momento que eu tenho acesso a tudo isso apenas para o meu proveito pessoal, juro: não vejo nada de errado mesmo. Tenho que ter alguma vantagem em ter nascido na época em que o cenário musical começou a perder seu charme.

Para aqueles que curtem: Queen no Rio de Janeiro, dia 30 de novembro. Tudo bem que é sem o ídolo, mas não deixa de ser uma das melhores bandas de rock do mundo!

6 comentários:

Sammyra Santana disse...

creus e chupa q é de uva à parte, ainda há salvação pra musica popular brasileira...
mas vamos combinar, nao se fazem mais cantores e bandas como antigamente...

Stanley Marques disse...

Bom, primeiramente gostaria de parabenizá-la pela maneira que escreve. Clara, breve, interessante e envolvente. Muito bom.

Sobre o acesso à cultura, acredito que desde que pra uso privado, sem a intenção de lucrar em cima dos outros, é válido, uma vez que a cultura deve ser, antes de tudo, difundida. Jamais restrita. Jamais limitada.

dê uma passadinha lá
http://www.antologiaracional.com/
aceita parceria?

Anônimo disse...

Não queria viver nos anos oitenta, imagina ter cabelo black power!
kkkk

Mas os anos 60 e 70 foram demais pra música!
Foi de onde veio muita coisa...
Até agora não tem nada de marcante no novo milênio.

M. disse...

Para extravasar, eu coleciono livros raros, lps raros, revistas antigas, VHSs, CDs, fotografias, recortes, selos, objetos das antrolas e, por aí, vai.

:)

É bem divertido. Mas, realmente, foi muito inteligente o seu argumento em relação aos recursos de multimídea atuais.

Jhony disse...

Gosteei muito do que vc disse!
Muito bom ver que as pessoas ainda tem seus ideais e que dizem o que quer e quando precisam!

Atravéz da internet, nós podemos de certa forma estar onde nós quisermos.

http://jhonyfreitas.wordpress.com

Descriativa ¬¬" disse...

Sem dúvida as coisas boas ficaram pra tras... Em especial a qualidade musical (embora ainda haja poucos, mas ótimos cantores).
Também acredito pertencer a outra década ou mesmo outro século. O problema é; e a liberdade de expressão, tempos atrás?