terça-feira, 24 de junho de 2008

Melhor que namorar alguém é namorar a si mesmo. Não há momento mais íntimo que aquele envolvendo um silêncio, um Cazuza e você. A conversa entre pensamentos e idéias na hora reservada ao seu corpo é a cena mais privada, única e sensual que um indivíduo pode ter. O flerte começa com as lembranças, aquelas gostosas e serelepes que só são verdadeiramente apreciadas durante namoros pessoais. Conforme estas lembranças, assim como os olhares e indiretas entre duas pessoas, vão se tornando mais ousadas, o namoro vai apimentando, os atos são mais intensos. Há uma hora em que você não sabe mais o que é fato e o que é inventado, a imaginação começa a fluir peralta e levemente, deixando a razão de lado e dando carta branca às emoções. O sexo ocorre quando a fantasia faz, inconscientemente, planos e elucubrações acerca do passado, presente e futuro. As carícias levianas do gostinho de imaginar levam qualquer um à loucura, ao êxtase de se amar. Como toda boa trepada, esse momento íntimo entre você e você não pode ser interrompido, ele tem que chegar ao satisfeito. Caso a interrupção ocorra (o que é comum para todas as pessoas cuja vida é corrida), você sorri internamente, com certo desapontamento, talvez, e promete a si mesmo que aquilo ainda não terminou.

09/10/2006 Porto Seguro - BA 22h53

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